para o Código do Trabalho
Resposta de luta<br>à declaração de guerra
A continuação e intensificação da luta é o caminho para enfrentar e derrotar estes projectos e uma grande participação no 1.º de Maio da CGTP-IN (em Lisboa, no Porto e mais quatro dezenas de localidades) será uma primeira grande resposta a esta declaração de guerra aos trabalhadores portugueses - afirma a Comissão Política do Comité Central do PCP, numa nota divulgada dia 24, quinta-feira.
Os projectos retrógrados do Governo e dos patrões podem ser derrotados
As propostas de alteração ao Código do Trabalho, apresentadas no dia anterior pelo Governo, vão ao encontro das piores recomendações contidas no Livro Branco das Relações Laborais e confirmam um passo adiante no violento e inaceitável ataque aos direitos dos trabalhadores (para o qual o PCP havia alertado). Essas propostas - refere-se no documento - estão envolvidas em profundas mistificações, que visam ocultar o essencial das malfeitorias.
Passando ao lado das suas responsabilidades no aumento do desemprego, no alastramento da precariedade dos vínculos laborais, na degradação dos salários, no aumento do custo de vida, no sistemático desrespeito por um conjunto de normas e direitos laborais e rompendo com mais um dos seus compromissos eleitorais, o Governo PS avança para um conjunto de alterações que, a concretizarem-se, significariam um verdadeiro salto atrás, um regresso a relações de trabalho que marcaram o século XIX.
Tal como fizeram governos anteriores, o Governo PS procura ocultar o verdadeiro significado das suas propostas por detrás de falsas intenções de combate à precariedade, quando, na verdade, se prepara para agravar ainda mais o carácter explorador das actuais relações laborais, colocar milhões de trabalhadores em situação precária, transferir para as mãos do patronato todo o poder nas já desiguais relações entre o capital e o trabalho.
A Comissão Política reafirma o compromisso do PCP de desenvolver uma intervenção, a todos os níveis, para enfrentar este projecto de retrocesso social que, aplicando a chamada «flexigurança» à portuguesa, em articulação com a legislação laboral para a Administração Pública, constitui uma autêntica declaração de guerra aos trabalhadores portugueses e um dos mais graves propósitos do Governo PS, na já longa lista das suas malfeitorias dos últimos anos.
A Comissão Política chama a atenção para que, tal como em outras situações, quando sucessivos governos tentaram retrocessos sociais e foram derrotados pela luta dos trabalhadores, também agora estes projectos retrógrados do Governo PS e das associações patronais podem ser derrotados.
A Comissão Política do PCP saúda os trabalhadores portugueses pelas importantes acções que têm desenvolvido, reafirma a sua confiança em que a continuação e intensificação da luta é o caminho para enfrentar e derrotar estes projectos e apela a uma grande participação no 1.º de Maio da CGTP-IN, como primeira grande resposta a este ataque e como inequívoca afirmação da defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo.
Falso ataque à precariedade
Ao mesmo tempo que procura desferir um dos maiores ataques de sempre contra os direitos dos trabalhadores, o Governo, consciente das consequências das medidas que propõe, desenvolve uma forte acção demagógica, invocando uma falsa linha de ataque à precariedade - acusa o PCP.
As chamadas medidas de combate à precariedade referidas pelo Governo, seja relativamente aos recibos verdes, seja em relação aos contratos a termo, são no essencial a legitimação e mesmo a legalização da precariedade e a abertura de uma escandalosa linha de financiamento das empresas, a pretexto do incentivo para a contratação sem termo.
Em vez de uma legislação de protecção dos trabalhadores, que institua o princípio de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo, o Governo mantém todas as formas de trabalho precário e cria novas figuras jurídicas para o seu enquadramento.
Em vez de medidas para aplicar a legislação e penalizar o não cumprimento da lei pelo patronato, o Governo propõe o pagamento de avultadas verbas às empresas, para aumentar os seus lucros à custa da segurança social e das receitas fiscais, na piedosa ideia de que daí resultaria a diminuição da precariedade.
Quanto às alterações nas licenças e apoios de maternidade e paternidade, a Comissão Política recorda que parte delas já estava anunciada e avisa que, quando o Governo avança com critérios, em relação aos horários de trabalho, que arrasam qualquer possibilidade de compatibilização da vida profissional com a vida pessoal e a vida familiar, em particular de apoio aos filhos, aquelas alterações não passam de uma grosseira mistificação.
PCP condena propostas para o Código do Trabalho
Caminho de retrocesso
O PCP considera que as propostas que o Governo PS apresentou vão ao encontro de velhas aspirações do capital e são um factor de retrocesso social, de intensificação da exploração, de agravamento das injustiças e desigualdades sociais, de condicionamento do desenvolvimento do País, de degradação do regime democrático.
Tais propostas estão em conflito aberto com os objectivos e valores inscritos na Constituição da República Portuguesa, afirma a Comissão Política do Partido, na nota que divulgou dia 24.
Como expressão destes gravíssimos ataques, por parte do Governo PS, são indicados seis pontos:
– A facilitação dos despedimentos individuais sem justa causa, colocando todos os trabalhadores em situação precária e agravando os mecanismos de chantagem e condicionamento da vida dos trabalhadores;
– A desregulamentação do horário de trabalho, dando mais poder às entidades patronais, afectando a vida pessoal dos trabalhadores e das suas famílias;
– A eliminação do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, admitindo que a contratação colectiva possa estabelecer condições e direitos inferiores aos que estão consagrados no próprio Código do Trabalho;
– O propósito de redução dos salários e remunerações, quando os trabalhadores portugueses conhecem dificuldades cada vez maiores na sua vida, têm dos salários mais baixos em toda a Europa, enquanto os preços dos bens e serviços essenciais têm preços ao nível de muitos outros países, ou mesmo superiores;
– A tentativa de liquidação da contratação colectiva, indo mais longe que o Código do Trabalho aprovado pelo PSD e o CDS na aplicação da caducidade, para eliminar os importantes direitos resultantes da luta de décadas e que a contratação colectiva consagra, prevendo que 18 meses após a entrada em vigor do Código do Trabalho todos os contratos ou acordos colectivos de trabalho possam caducar;
– O ataque, fragilização e enfraquecimento da organização sindical.
O PCP salienta que, num país que conta com cerca de 600 mil desempregados (em números reais), o Governo alarga quase de forma ilimitada as possibilidades de despedimento:
– defende que o despedimento por inadaptação ao posto de trabalho passe a poder depender de "alterações na estrutura funcional do posto de trabalho", mesmo que tal "não decorra de modificações tecnológicas ou dos equipamentos";
– preconiza o despedimento sumário, aligeirando os processos, e limita a possibilidade de reingresso, para o trabalhador despedido não ter direito a reintegração, mesmo que o despedimento venha a ser considerado sem justa causa;
– pretende diminuir o valor das indemnizações e passar das entidades patronais para o erário público a responsabilidade do pagamento do salário do trabalhador, entre o momento de decisão do despedimento e o da eventual reintegração do trabalhador decidida pelo tribunal.
Passando ao lado das suas responsabilidades no aumento do desemprego, no alastramento da precariedade dos vínculos laborais, na degradação dos salários, no aumento do custo de vida, no sistemático desrespeito por um conjunto de normas e direitos laborais e rompendo com mais um dos seus compromissos eleitorais, o Governo PS avança para um conjunto de alterações que, a concretizarem-se, significariam um verdadeiro salto atrás, um regresso a relações de trabalho que marcaram o século XIX.
Tal como fizeram governos anteriores, o Governo PS procura ocultar o verdadeiro significado das suas propostas por detrás de falsas intenções de combate à precariedade, quando, na verdade, se prepara para agravar ainda mais o carácter explorador das actuais relações laborais, colocar milhões de trabalhadores em situação precária, transferir para as mãos do patronato todo o poder nas já desiguais relações entre o capital e o trabalho.
A Comissão Política reafirma o compromisso do PCP de desenvolver uma intervenção, a todos os níveis, para enfrentar este projecto de retrocesso social que, aplicando a chamada «flexigurança» à portuguesa, em articulação com a legislação laboral para a Administração Pública, constitui uma autêntica declaração de guerra aos trabalhadores portugueses e um dos mais graves propósitos do Governo PS, na já longa lista das suas malfeitorias dos últimos anos.
A Comissão Política chama a atenção para que, tal como em outras situações, quando sucessivos governos tentaram retrocessos sociais e foram derrotados pela luta dos trabalhadores, também agora estes projectos retrógrados do Governo PS e das associações patronais podem ser derrotados.
A Comissão Política do PCP saúda os trabalhadores portugueses pelas importantes acções que têm desenvolvido, reafirma a sua confiança em que a continuação e intensificação da luta é o caminho para enfrentar e derrotar estes projectos e apela a uma grande participação no 1.º de Maio da CGTP-IN, como primeira grande resposta a este ataque e como inequívoca afirmação da defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo.
Falso ataque à precariedade
Ao mesmo tempo que procura desferir um dos maiores ataques de sempre contra os direitos dos trabalhadores, o Governo, consciente das consequências das medidas que propõe, desenvolve uma forte acção demagógica, invocando uma falsa linha de ataque à precariedade - acusa o PCP.
As chamadas medidas de combate à precariedade referidas pelo Governo, seja relativamente aos recibos verdes, seja em relação aos contratos a termo, são no essencial a legitimação e mesmo a legalização da precariedade e a abertura de uma escandalosa linha de financiamento das empresas, a pretexto do incentivo para a contratação sem termo.
Em vez de uma legislação de protecção dos trabalhadores, que institua o princípio de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo, o Governo mantém todas as formas de trabalho precário e cria novas figuras jurídicas para o seu enquadramento.
Em vez de medidas para aplicar a legislação e penalizar o não cumprimento da lei pelo patronato, o Governo propõe o pagamento de avultadas verbas às empresas, para aumentar os seus lucros à custa da segurança social e das receitas fiscais, na piedosa ideia de que daí resultaria a diminuição da precariedade.
Quanto às alterações nas licenças e apoios de maternidade e paternidade, a Comissão Política recorda que parte delas já estava anunciada e avisa que, quando o Governo avança com critérios, em relação aos horários de trabalho, que arrasam qualquer possibilidade de compatibilização da vida profissional com a vida pessoal e a vida familiar, em particular de apoio aos filhos, aquelas alterações não passam de uma grosseira mistificação.
PCP condena propostas para o Código do Trabalho
Caminho de retrocesso
O PCP considera que as propostas que o Governo PS apresentou vão ao encontro de velhas aspirações do capital e são um factor de retrocesso social, de intensificação da exploração, de agravamento das injustiças e desigualdades sociais, de condicionamento do desenvolvimento do País, de degradação do regime democrático.
Tais propostas estão em conflito aberto com os objectivos e valores inscritos na Constituição da República Portuguesa, afirma a Comissão Política do Partido, na nota que divulgou dia 24.
Como expressão destes gravíssimos ataques, por parte do Governo PS, são indicados seis pontos:
– A facilitação dos despedimentos individuais sem justa causa, colocando todos os trabalhadores em situação precária e agravando os mecanismos de chantagem e condicionamento da vida dos trabalhadores;
– A desregulamentação do horário de trabalho, dando mais poder às entidades patronais, afectando a vida pessoal dos trabalhadores e das suas famílias;
– A eliminação do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, admitindo que a contratação colectiva possa estabelecer condições e direitos inferiores aos que estão consagrados no próprio Código do Trabalho;
– O propósito de redução dos salários e remunerações, quando os trabalhadores portugueses conhecem dificuldades cada vez maiores na sua vida, têm dos salários mais baixos em toda a Europa, enquanto os preços dos bens e serviços essenciais têm preços ao nível de muitos outros países, ou mesmo superiores;
– A tentativa de liquidação da contratação colectiva, indo mais longe que o Código do Trabalho aprovado pelo PSD e o CDS na aplicação da caducidade, para eliminar os importantes direitos resultantes da luta de décadas e que a contratação colectiva consagra, prevendo que 18 meses após a entrada em vigor do Código do Trabalho todos os contratos ou acordos colectivos de trabalho possam caducar;
– O ataque, fragilização e enfraquecimento da organização sindical.
O PCP salienta que, num país que conta com cerca de 600 mil desempregados (em números reais), o Governo alarga quase de forma ilimitada as possibilidades de despedimento:
– defende que o despedimento por inadaptação ao posto de trabalho passe a poder depender de "alterações na estrutura funcional do posto de trabalho", mesmo que tal "não decorra de modificações tecnológicas ou dos equipamentos";
– preconiza o despedimento sumário, aligeirando os processos, e limita a possibilidade de reingresso, para o trabalhador despedido não ter direito a reintegração, mesmo que o despedimento venha a ser considerado sem justa causa;
– pretende diminuir o valor das indemnizações e passar das entidades patronais para o erário público a responsabilidade do pagamento do salário do trabalhador, entre o momento de decisão do despedimento e o da eventual reintegração do trabalhador decidida pelo tribunal.